Em um contexto de volatilidade no mercado financeiro, o dólar atingiu o pico dos últimos 13 meses, aproximando-se de R$ 5,30 em seus momentos de maior tensão. Simultaneamente, a bolsa de valores brasileira registrou sua quinta queda consecutiva, alcançando seu ponto mais baixo desde novembro do ano anterior.

Na sessão de terça-feira (16), o dólar comercial foi negociado a R$ 5,27, representando um aumento de R$ 0,08 (+1,64%). A moeda iniciou o dia a R$ 5,21, elevando-se progressivamente durante as negociações. Seu valor mais alto foi registrado ao meio-dia, atingindo R$ 5,28.

Essa ascensão marca a quinta valorização seguida do dólar, que alcançou sua cotação mais elevada desde 23 de março do ano anterior. Nos últimos cinco dias, a moeda americana teve um acréscimo de 5,23% em seu valor, sem intervenções do Banco Central brasileiro no mercado de câmbio através de operações de swap.

O mercado acionário enfrentou um dia de pressões. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em 124.389 pontos, decrescendo 0,75% e atingindo seu nível mais baixo desde 13 de novembro. Até agora, em 2024, o índice apresenta uma retração de 7,3%.

A performance do mercado financeiro foi influenciada tanto por elementos nacionais quanto internacionais nesse dia. No âmbito doméstico, a revisão da meta fiscal para 2025, optando por um déficit primário zero em detrimento de um superávit primário de 0,5% do PIB, não foi bem recebida pelo mercado.

Contudo, foram os fatores externos que mais contribuíram para a instabilidade do mercado. O intensificar das tensões entre Irã e Israel e os sinais de superaquecimento da economia americana pressionaram a valorização do dólar globalmente. Mesmo com a desaceleração na construção de moradias nos EUA, declarações recentes de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), sobre a inflação e a política de juros adicionaram mais incerteza ao mercado. Powell indicou que os últimos dados de inflação reduzem a possibilidade de cortes nas taxas de juros pelo Fed.

O aumento das taxas de juros em economias desenvolvidas tende a provocar a saída de capitais de países emergentes, como o Brasil. Quanto ao petróleo, o preço do barril tipo Brent sofreu uma queda de 0,43%, fechando a US$ 89,99, mesmo diante dos ataques iranianos a Israel.